quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Início da Umbanda - Parte II

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Na Semente de luz anterior, comecei a explicar diversos acontecimentos para montar toda uma base sobre o nascimento da Umbanda a partir de práticas já existentes no Brasil.

Procurei focar na história da entidade Caboclo das Sete Encruzilhadas para que a compreensão tomasse parte dos futuros apontamentos diante de minhas pesquisas.

Seguindo minhas anotações e ainda me baseando no áudio disponível no site Registro da Umbanda, venho mostrar que a missão proposta pela entidade para esta doutrina, religião ou filosofia, partiu da humildade, amor e caridade, tendo o princípio da fraternidade. Tomo a liberdade para acrescentar a estes conceitos a seguinte frase contida do no Livro Sabedoria de Preto Velho: "Quem quer ajudar, apenas ajuda; nada pergunta, nada exige, nada questiona. Ajuda e passa!", pelo espírito de Pai João de Aruanda.


Esta frase sintetiza tais princípios que se deva por em prática ao realizar qualquer tipo de trabalho em uma casa, centro ou tenda espírita que abrace amorosamente a vertente do espiritismo ligada a Umbanda. E quem sabe, algumas vezes fora destes templos de união com o sagrado.

Relatando ainda o início da Umbanda, Zélio Fernandino de Moraes  que nasceu em uma família tradicional de Neves, descendendo de uma linhagem de militares, tendo Almirantes, Comandantes e um Capitão-de-mar-e-guerra preparava-se para o ingresso na carreira militar, na Marinha do Brasil, aos dezessete anos, porém, uma inexplicável paralisia que a medicina não conseguia desvendar a causa, tomou conta de seu corpo, que para o assombro de sua família, assim como ela veio, ela se foi de forma misteriosa após um ano, tendo o médium sentado na cama e declarado: “Amanhã estarei curado!”.

Creio que, para seguir cumprido com o seu dever e planejamento espiritual, um implante magnético havia sido colocado nele.

Este fato se deu na data de 14 de Novembro de 1908, agora já com 18 anos completos, dia no seguinte, amanhecendo de forma saudável, como se nada tivesse acontecido, foi levado por seus pais, mesmo sendo católicos para a Federação Espírita de Niterói, cujo presidente era o Sr. José de Souza e tendo Zélio, sido convidado para compor a mesa de trabalhos a direita do presidente da federação. Abaixo seguem os relatos extraídos do blog Umbanda é Caridade com a narração do próprio médium.

 “Meus pais eram católicos, mas, diante dessa cura inexplicável, resolveram levar-me à Federação Espírita de Niterói, cujo presidente era o Sr. José de Souza. Foi ele mesmo quem me chamou para que ocupasse um lugar à mesa de trabalhos, à sua direita. Senti-me deslocado, constrangido, em meio àqueles senhores. E causei logo um pequeno tumulto. Sem saber por que em dado momento, eu disse: "Falta uma flor nesta mesa; vou buscá-la". E, apesar da advertência de que não me poderia afastar, levantei-me, fui ao jardim e voltei com uma flor que coloquei no centro da mesa. Serenado o ambiente e iniciados os trabalhos, verifiquei que os espíritos que se apresentavam ao videntes como índios e pretos, eram convidados a se afastar. Foi então que, impelido por uma força estranha, levantei-me outra vez e perguntei porque não se podiam manifestar esses espíritos que, embora de aspecto humilde, eram trabalhadores.

Estabeleceu-se um debate e um dos videntes, tomando a palavra, indagou:  - "O irmão é um padre jesuíta. Por que fala dessa maneira e qual é o seu nome?"

Respondi sem querer: - "Amanhã estarei em casa deste aparelho, simbolizando a humildade e a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas".

Minha família ficou apavorada. No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na Rua Floriano Peixoto, onde eu morava, no número 30. Parentes, desconhecidos, os tios, que eram sacerdotes católicos e quase todos os membros da Federação Espírita, naturalmente em busca de uma comprovação. O Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestou-se, dando-nos a primeira sessão de Umbanda, daí para frente, ele iria dirigir os trabalhos realizados em nome da Umbanda.


Como primeira prova de sua presença, através do passe, curou um paralítico, entregando a conclusão da cura ao Preto Velho, Pai Antonio, que nesse mesmo dia se apresentou.

Estava criada a primeira Tenda de Umbanda, com o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como a imagem de Maria ampara em seus braços o Filho, seria o amparo de todos os que a ela recorressem.

O Caboclo determinou que as sessões seriam diárias; das 20 às 22 horas e o atendimento gratuito, obedecendo ao lema: "daí de graça o que de graça recebestes".

O uniforme para os trabalhos eram totalmente branco, com sapato ou tênis.

Desse dia em diante, já ao amanhecer havia gente à porta, em busca de passes, cura e conselhos. Médiuns que não tinha a oportunidade de trabalhar espiritualmente por só receberem entidades que se apresentavam como Caboclos e Pretos Velhos, passaram a cooperar nos trabalhos. Outros, considerados portadores de doenças mentais desconhecidas revelaram-se médiuns excepcionais, de incorporação e de transporte”.

Agora que os dois personagens principais foram apresentados de uma forma mais abrangente diante de toda história que envolve o encontro de Zélio com o Caboclo das Sete Encruzilhadas, na próxima Semente de Luz, terei como avançar para o nome e os fundamentos que formaram as diretrizes da Umbanda na terceira e ultima Semente de Luz tratando do assunto.

Um dia de muita luz a todos para guiar os passos de forma segura e intuídos a vivenciar aprendizados edificantes.


saiba mais

Hino da Umbanda

O Início da Umbanda - Parte I

O Início da Umbanda - Parte III


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